Página:A illustre Casa de Ramires (1900).djvu/103

Wikisource, a biblioteca livre
A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
95

Torre!... E sempre m’esperancei de trazer n’esta quinta uma lavoura a meu gosto, de consolar!

Durante o café, esquecido dos jornaes, Gonçalo gozou a excellencia d’aquelle negocio. Duzentos mil réis mais de renda. E a Torre tratada pelo Pereira, com aquelle amor da terra e saber de lavra que transformára o chavascal do Monte-Agra n’uma maravilha de seára, vinha e horta!... Além d’isso, homem abastado, capaz de um adeantamento. E eis ahi mais uma evidencia do valor da Torre, esse affinco do Pereira em a arrendar, elle tão apertado, tão seguro... Quasi se arrependia de lhe não ter arrancado um conto e duzentos. Emfim, a manhã fôra fecunda! E, realmente, nenhum accordo firmado o collava ao Casco. Entre elles apenas s’esboçára uma conversa, sobre um arrendamento possivel da Torre, a debater depois miudamente, n’uma base nova de novecentos e cincoenta mil reis... E que insensatez se elle, por escrupuloso respeito d’essa conversa esboçada, recusasse o Pereira, retivesse o Casco, lavrador de rotina — dos que raspam a terra para comer, e a deixam cada anno deperecendo, mais cançada e chupada!...

— Bento, traze charutos! E o Joaquim que tenha a egua sellada das cinco para as cinco e meia. Sempre vou á Feitosa... Hoje é o dia!

Accendeu um charuto, voltou á livraria. E, immediatamente