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Página:A illustre Casa de Ramires (1900).djvu/189

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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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de ascuma lhe vergavam as pernas retesadas. Tombou por fim direito como um madeiro; — e nas cordas com que logo o amarraram, jazeu hirto, sem elmo, sem cervilheira, os olhos duramente cerrados, os cabellos presos n’uma pasta de poeira e de sangue.

Eis pois captivo Lourenço Ramires! E, deante das andas feitas de ramos e franças de faias em que o estenderam, depois de o borrifarem á pressa com a agua fresca do riacho, — o Bastardo, limpando ás costas da mão o suor que lhe escorria pela face formosa, pelas barbas douradas, murmurava, commovido:

— Ah! Lourenço, Lourenço, grande dôr, que bem poderamos ser irmãos e amigos!

Assim, ajudado pelo tio Duarte, por Walter Scott por noticias do Panorama, compozera Gonçalo a mal-venturada lide de Canta-Pedra. E com este desabafo de Lopo, onde perpassava a magua do amor vedado, fechou o Cap. II, sobre que labutára tres dias — tão embrenhadamente que em torno o Mundo como que se calára e se fundira em penumbra.

 

 

Uma girandola de foguetes estoirou ao longe, para o lado dos Bravaes, onde no Domingo se fazia a romaria celebrada da Senhora das Candeias. Depois