— Palavras textuaes, meu amigo!... Ainda ha seis ou sete dias, em Oliveira, depois do jantar, a tomarmos ambos café no quintal.
A face de Gonçalo ardia na sombra, devorando as revelações do Administrador. Depois, com lentidão, como descobrindo candidamente todos os recantos da sua alma:
— Eu, na realidade, tambem conservo a antiga sympathia pelo Cavalleiro. E certas questões intimas adeus!... Envelheceram, caducaram, tão obsoletas hoje como os aggravos dos Horacios e dos Curiacios... Como você lembrou ha pouco, com razão, nunca se ergueu entre nós morte de homem. Que diabo! Eu fui educado com o Cavalleiro, eramos como irmãos... E acredite você, Gouveia! Sempre que o vejo, sinto um appetite doido, mas doido, de correr para elle, de lhe gritar: «Oh! André! nuvens passadas não voltam, atira para cá esses ossos!» Creia você, não o faço por timidez... É timidez... Oh! não, lá por mim, estou prompto á reconciliação, todo o coração m’a pede! Mas elle?... Porque, emfim, Gouveia, eu, nas minhas Correspondencias para a Gazeta do Porto, tenho sido feroz com o Cavalleiro!
João Gouveia parou, de bengala ao hombro, considerando o fidalgo com um sorriso divertido:
— Nas Correspondencias? Que lhe tem você dito nas Correspondencias? Que o Snr. Governador