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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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— Assim, vocês! Por essa historia de Portugal fóra, vocês são uma enfiada de Ramires de toda a belleza. Mesmo o desembargador, o que comeu n’uma ceia de Natal dois leitões!... É apenas uma barriga. Mas que barriga! Ha n’ella uma pujança heroica que prova raça, a raça mais forte do que promette a força humana, como diz Camões. Dois leitões, caramba! Até enternece!... E os outros Ramires, o de Silves, o de Aljubarrota, os de Arzilla, os da India! E os cinco valentes, de quem você talvez nem saiba, que morreram no Salado! Pois bem, resuscitar estes varões, e mostrar n’elles a alma façanhuda, o querer sublime que nada verga, é uma soberba lição aos novos... Tonifica, caramba! Pela consciencia que renova de termos sido tão grandes sacode este chocho consentimento nosso em permanecermos pequenos! É o que eu chamo reatar a tradição... E depois feito por você proprio, Ramires, que chic! Caramba, que chic! É um fidalgo, o maior fidalgo de Portugal, que, para mostrar a heroicidade da Patria, abre simplesmente, sem sahir do seu solar, os archivos da sua Casa, velha de mais de mil annos. É de rachar!... E você não precisa fazer um grosso romance... Nem um romance muito desenvolvido está na indole militante da Revista. Basta um conto, de vinte ou trinta paginas... Está claro, os Annaespor ora não podem pagar. Tambem, você não precisa!