Página:A illustre Casa de Ramires (1900).djvu/288

Wikisource, a biblioteca livre
280
A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

Agarrára o chapeu, acenando ao cunhado. Então Barrôlo, com as bochechas a estalar de gosto, balbuciou o convite que firmaria a reconciliação d’um modo sociavel e elegante:

— Cavalleiro, para conversarmos melhor, se você nos quizer dar o gosto de vir jantar... Quinta feira, ás seis e meia... Nós, quando cá está o Gonçalo, jantámos sempre mais tarde.

O Cavalleiro, que corára, agradeceu com discreta ceremonia:

— É para mim um immenso prazer, uma immensa honra...

E á porta da antesala onde os acompanhára, segurando o pesado reposteiro de baeta escarlate com as Armas Reaes bordadas — supplicou ao Barrôlo que pozesse os seus respeitos aos pés da snr. aD. Graça...

Barrôlo, descendo a larga escadaria de pedra, limpava a testa, o pescoço, humedecidos pela emoção. E no páteo desabafou:

— Muito sympathico este André! Rapaz franco, de quem sempre gostei... Realmente estava morto que acabassem estas historias... E mesmo lá para os Cunhaes, para a companhia, para o cavaco, que bella acquisição!