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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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todos affiançam muito interessante, por que ainda lá restam ossos e armas. Se na Torre houvesse uma senhora, eu mesma iria, para lhe fazer este pedido... Mas não se póde visitar um solteirão tão perigoso. Case depressa!... D’Oliveira boas noticias. Creia-me sempre, etc.»

Gonçalo encarou o Bento — que esperava, interessado com aquelle assombro do Snr. Doutor:

— Tu sabes se em Santa Maria de Craquêde ha outros tumulos, n’um subterraneo?

O assombro então saltou para o Bento:

— N’um subterraneo?... Tumulos?

— Sim, homem! Além dos que estão no claustro parece que ha outros, mais antigos, debaixo da terra... Eu nunca vi, não me lembro. Tambem ha que annos não entro em Santa Maria de Craquêde! Desde pequeno!... Tu não sabes?

O Bento encolheu os hombros.

— E a Rosa não saberá?

O Bento abanou a cabeça, duvidando.

— Tambem vossês nunca sabem nada! Bem! Amanhã cêdo corre a Santa Maria de Craquêde e pergunta na Egreja, ao sachristão, se existe esse subterraneo. Se existir que o mostre no Domingo a umas senhoras, á snr. aD. Anna Lucena, e á snr. aD. Maria Mendonça, minha prima Maria... E que tenha tudo varrido, tudo decente!