entre nós findem estes homizios e estas feias brigas que malbaratam sangue de bons Christãos... Senhor Tructesindo Ramires, como vós venho de Reis. De D. Affonso de Portugal recebi a pranchada de Cavalleiro. Toda a nobre raça de Bayão se honra em mim... Consenti em me dar a mão de vossa filha D. Violante, que eu quero e que me quer, e mandae erguer a levadiça para que Lourenço ferido entre no seu solar e eu vos beije a mão de pae.
Das andas, que estremeceram sobre os hombros dos besteiros, um desesperado brado partio:
— Não, meu pae!
E hirto na borda do eirado, sem descrusar os braços, o velho Tructesindo retomou o brado — que por todo o terreiro da Honra rolou, mais arrogante e mais cavo:
— Meu filho, antes de mim, te respondeu, villão!
Como se uma pontoada de lança lhe topasse o peito, o Bastardo vacillou na alta sella: e, colhido pelo repuxão das rédeas, o seu fouveiro recuou alteando a testeira dourada. Mas, a um novo arremesso, repulou contra a cancella. E Lopo de Bayão erguido sobre os estribos, gritava com ancia, com furor:
— Snr. Tructesindo Ramires, não me tenteis!...
— Arreda, villão e filho de villôa, arreda! — clamou soberbamente o velho, sem desprender os braços de sobre o levantado peito, na sua rija immobilidade