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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

— Muros de Santa Ireneia, não vos torne eu a vêr, se em tres dias, de sol a sol, ainda restar sangue maldito nas veias do traidor de Bayão!

E, escancaradas as barreiras, a cavalgada tropeou em torno ao pendão solto, — em quanto, na torre d’Almenara, sob o parado explendor da sésta d’Agosto, o sino grande começava a tanger a finados.

 

 

Quando Gonçalo á tarde, enterrado na poltrona á varanda, releu este Capitulo de sangue e furor sobre que se esfalfára durante a semana, pensou «que o lance impressionaria.»

Sentiu então o appetite de recolher sem demora os louvores merecidos — e de mostrar a Gracinha e ao Padre Sueiro os tres Capitulos completos antes de remetter o manuscripto para os Annaes. E mesmo lhe convinha — porque a erudição archeologica do Padre Sueiro forneceria talvez algum traço novo, bem Affonsino, que mais avivasse aquella resurreição da Honra de Santa-Ireneia e dos seus senhores formidaveis. Immediatamente resolveu partir de manhã para Oliveira com o seu trabalho — que, depois de esmiuçado pelo Padre Sueiro, confiaria ao procurador de D. Arminda Viegas para elle o copiar n’aquella sua formosa lettra, tão celebrada em todo o