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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

Era do Cavalleiro — que «soubera pelos jornaes attentado, lhe mandava enthusiastico abraço pela felicidade e pela valentia!» Gonçalo berrou, sentado na cama:

— Caramba! então os jornaes em Lisboa já fallam, Bento! o caso anda celebrado!

Certamente celebrado! — por que durante o delicioso dia, o moço do Telegrapho, esbaforido sobre a perna manca, não cessou d’empurrar o portão da Torre, com outros telegrammas, todos de Lisboa, da Condessa de Chellas; de Duarte Lourençal; dos Marquezes de Cója felicitando; da tia Louredo com «parabens ao destemido sobrinho»; da marqueza d’Esposende «esperando que o caro primo tivesse agradecido a Deus!»... E o ultimo do Castanheiro, com exclamações: — Magnifico! Digno de Tructesindo! — Gonçalo, pela livraria, erguia os braços, estonteado:

— Santo nome de Deus! mas que terão dito os jornaes?

E, por entre os Telegrammas, accudiam os cavalheiros dos arredores, os influentes, — o Dr. Alexandrino, aterrado, antevendo um regresso ao Cabralismo; o velho Pacheco Valladares de Sá, que não se espantára do seu nobre primo, por que sangue de Ramires, como sangue de Sás, sempre ferve; o padre Vicente da Finta, que com os seus parabens, offereceu um cestinho de cachos do seu famoso moscatel