Não! Nem enforcado, nem degolado, nem afogado... Mas chupado, senhores! Chupado em vida, e de vagar, pelas grandes sanguesugas que enchem toda essa agua negra!
D. Pedro de Castro, maravilhado, bateu o guante nas solhas do coxote:
— Vida de Christo! Que ter n’uma hoste o Snr. D. Garcia, é ter juntamente, para marchas e conselho, enrolados n’um só, Annibal e Aristoteles!
Um rumor d’admiração correu pela hoste:
— Boa traça, boa traça!
E Tructesindo, radiante, bradava:
— Andar, andar, bésteiros! E vós, senhores, recuae para a lomba do cerro, como para palanque, que vae ser grande a vista! Já seis bésteiros descarregavam da mula o Bastardo amarrado. Outros cercavam, com mólhos de cordas. E, como magarefes para esfolar uma rez, toda a rude turma se abateu sobre o malfadado, arrancando por cordas que desatavam a cervilheira, o saio, as grevas, os sapatões de ferro, depois a grossa roupa de linho encardido. Agarrado pelos compridos cabellos, filado pelos pés, onde se cravavam agudas unhas no furor de o manter, com os braços esmagados sob outros grossos braços retêsos, o possante Bastardo ainda se estorcia, urrando, cuspindo contra as faces confusas da matulagem um cuspo avermelhado, que espumava!