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Página:A illustre Casa de Ramires (1900).djvu/51

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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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esticado n’uma sobrecasaca curta, com o chapeu de coco atirado para a orelha, não discordava. Empregado imparcial, servindo os Historicos como servira os Regeneradores, sempre acolhia com imparcial ironia as nomeações de bachareis novos, Historicos ou Regeneradores, para os gordos logares Administrativos. Mas, n’este caso, sinceramente, quasi vomitára, rapazes! Governador Civil, e de Monforte, o Antonio Moreno, que elle tantas vezes encontrára no quarto, em Coimbra, vestido de mulher, de roupão aberto, e a carinha bonita coberta de pó de arroz!... — E, travando do braço do Fidalgo, recordava a noite em que o José Gorjão, muito bebedo, de cartola e com um revólver, exigia furiosamente que o padre Justino, tambem bebedo, o casasse com o Antoninho deante d’um nicho da Senhora da Boa Morte! Mas o Titó, que esperava, floreando o bengalão, declarou áquelles senhores que se o tempo sobejava para arrastarem assim na rua, a conversar de Politica e d’indecencias — então voltava elle ao Brito, buscar a aguardentesinha... Immediatamente o Fidalgo da Torre, sempre brincalhão, sacudiu o braço do Administrador, e galgou pela Calçadinha, aos corcovos, com as mãos fortemente juntas, como colhendo uma redea, contendo um cavallo que se desboca.

E na sala alta do Gago, ao cimo da escada esguia e ingreme que subia da taberna, a um canto