tão trivial, — todo o seu esforço tão desesperado, tão sem escrupulos, lhe parecia ainda menos immoral que risivel. Deputado! Para quê? Para almoçar no Bragança, galgar de tipoia a ladeira de S. Bento, e dentro do sujo convento escrevinhar na carteira do Estado alguma carta ao seu alfaiate, bocejar com a inanidade ambiente dos homens e das ideias, e distrahidamente acompanhar, em silencio ou balando, o rebanho do S. Fulgencio, por ter desertado o rebanho identico do Braz Victorino. Sim, talvez um dia, com rasteiras intrigas e sabujices a um chefe e á senhora do chefe, e promessas e risos atravez de Redacções, e algum Discurso esbrazeadamente berrado — lograsse ser Ministro. E então? Seria ainda a tipoia pela calçada de S. Bento, com o correio atraz na pileca branca, e a farda mal-feita, nas tardes d’assignatura, e os recurvados sorrisos d’amanuenses pelos escuros corredores da Secretaria, e a lama escorrendo sobre elle de cada gazeta d’opposição... Ah! que pêca, desinteressante vida, em comparação d’outras cheias e soberbas vidas, que tão magnificamente palpitavam sob o tremeluzir d’essas mesmas estrellas! Em quanto elle se encolhia no seu paletot, deputado por Villa-Clara, e no triumpho d’essa miseria — Pensadores completavam a explicação do Universo; Artistas realisavam obras de belleza eterna; Reformadores aperfeiçoavam a harmonia social;
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