Página:A illustre Casa de Ramires (1900).djvu/524

Wikisource, a biblioteca livre
516
A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

O Bento surdiu da portinha baixa do eirado, com a lanterna:

— O Snr. Doutor ainda se demora?

— Não. A festa acabou, Bento.

 

 

Nos começos de Dezembro, com o primeiro numero dos Annaes, appareceu a Torre de D. Ramires. E todos os jornaes, mesmo os da opposição, louvaram «esse estudo magistral (como affirmou a Tarde) que, revelando um erudito e um artista, continuava, com uma arte mais moderna e colorida, a obra de Herculano e de Rebello, a reconstituição moral e social do velho Portugal heroico.» Depois das festas de Natal, que elle passou alegremente nos Cunhaes, ajudando Gracinha a cosinhar bolos de bacalhau por uma receita sublime do padre José Vicente, da Finta, os amigos d’Oliveira, os rapazes do Club e da Arcada offereceram ao Deputado por Villa-Clara, na sala da Camara, adornada de buxos e bandeiras, um banquete, a que assistia o Cavalleiro, de gran-cruz, e em que o Barão das Marges (que presidia) saudou «o prestigioso moço que, talvez em breve, nas cadeiras do Poder levantasse do marasmo este brioso paiz, com a pujança, a valentia, que são proprias da sua raça nobilissima!»