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Página:A illustre Casa de Ramires (1900).djvu/537

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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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trapos!... — Depois recomeçou, na outra pagina, com lentidão e gravidade:

«...Deves agora estar anciosa por saber da grande chegada do primo Gonçalo. Foi realmente brilhante, e parecia uma recepção de pessoa real. Eramos mais de trinta amigos. Está claro, appareceu toda a roda da nossa parentella; e se rebentasse de repente n’essa manhã uma revolução, os Republicanos apanhavam alli junta, na estação do Rocio, toda a flôr da nobresa de Portugal, da velha, da boa. De senhoras, era a prima Chellas, a tia Louredo, as duas Esposendes (com o tio Esposende, que apesar do rheumatismo e da vindima, veiu expressamente da quinta de Torres), e eu. Homens, todos. E como estava o Conde de Arega, que é secretario d’El-Rei e o primo Olhalvo, que é o seu Mordomo-Mór, e o Ministro da Marinha e o Ministro das Obras Publicas, ambos condiscipulos e intimos de Gonçalo, as pessoas na estação deviam imaginar que chegava El-Rei. O Sud-Express trouxe quarenta minutos de demora. De modo que parecia um salão, com toda aquella gente da sociedade, muito alegre, e o primo Arega, sempre tão amavel e engraçado, e fazendo já convites para um jantar (que depois deu) ao primo Gonçalo. Lá fui a esse jantar com o meu vestido verde, novo, que ficou bem...»

Gouveia gritou triumphando: