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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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— E, minha senhora, se as previsões d’ella se realisam...

Mas não! Gracinha não acreditava! Ora! imaginações da Maria Mendonça.

— O primo Antonio bem a conhece, sabe como ella é casamenteira...

— Pois se até a mim me quiz casar, ribombou o Titó saltando do rebordo da varanda. Imagine a prima... Até a mim! Com a viuva Pinho, da loja de pannos.

— Credo!

Mas o Gouveia insistia, com superioridade, um sentimento verdadeiro da vida positiva:

— Olhe, Snr. aD. Graça, acredite V. Ex. a, sempre era melhor arranjo para o Gonçalo que a Africa... Eu não acredito n’esses prazos... Nem na Africa. Tenho horror á Africa. Só serve para nos dar desgostos. Boa para vender, minha senhora! A Africa é como essas quintarolas, meio a monte, que a gente herda d’uma tia velha, n’uma terra muito bruta, muito distante, onde não se conhece ninguem, onde não se encontra sequer um estanco; só habitada por cabreiros, e com sezões todo o anno. Boa para vender.

Gracinha enrolava lentamente nos dedos a fita do avental:

— O quê! vender o que tanto custou a ganhar,