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Página:A imprensa e o dever da verdade (1920).djvu/14

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ento destas.

Então, ainda que se dessem essas boas almas, elas mesmas, de pura vontade sua, ao tormento dos meus discursos, não era de bom cristão desapiedar-me eu tanto do próximo, que me sentisse bem no papel de instrumento destes tratos de bordoada seca em quem ma não devia merecer.

Mas, senhores, considerai, antes de mais nada, que, nisto houvera mal, não poderia haver maldade; pois, com as minhas moedeiras, o primeiro moído, e de ordinário mais que todos, há de ser o seu próprio autor.

Atentai, depois, em que nada são do meu gosto estas canseiras, vossas e minhas. Não o são, nem podem ser. Antes a elas me acuam os meus perseguidores, sem razão, justiça, nem verdade; e, posto entre o cutelo e a parede, ou lhes hei de entregar a reputação e as idéias, como a bolsa a salteadores, ou vindicá-las a todo o poder que eu possa, esgotando as larguezas e franquias reconhecidas sempre, em toda a parte reconhecidas,não só na legítima defesa da vida e inteireza física, mas na da honra, na do nome, a das convicções, que mais do que aqueloutra vale e presta.

Isto posto, esta minha a que por aí chamam prolixidade, bem fora estaria de merecer os desprezilhos, que nesse vocábulo me torcem o nariz. A mais copiosa das orações não é, ainda assim difusa, quando o assunto não comporta menos dilatado tratamento. Não haverá prolixidade, em não havendo sobejidão; e o discurso não entra a cair no vício de sobejo, senão