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Página:A imprensa e o dever da verdade (1920).djvu/47

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e mercês de toda a ordem, entre as quais há isca e anzol para todos os gostos e categorias de corruptabilidade.

Numa palavra, eram as mil tetas, os ubres, maiores ou menores, ressumantes de grosso leite em eterna apojadura, desse animal multimâmio, a que ora se chama nação, ora administração, ora fazenda, orçamento, ou erário, e de cujos peitos se dependuram, aos milhares, as crias vorazes na mamadura, mamões e mamadores, para cuja gana insaciável não há desmame.

Por que é que alguns calam

Prestem silêncio embora os grandes da imprensa ante esse espetáculo, cuja vergonha enche a nossa vida contemporânea. O silêncio dos grandes muitas vezes não significa outra coisa que a sua condescendência com os atentados. Quando o professor Wuttke escreveu o seu célebre livro sobre o Reptilienfond, entre os crimes de que mais fazia cargo ao governo germânico, sobrelevava o de certos príncipes da imprensa, que, não só “guardavam silêncio” acerca dos maiores abusos do poder, mas ainda “reviravam todo o seu furor contra os liberais empenhados em clamar justiça e liberdade”.

Quais os amigos da imprensa

Nem o exímio publicista alemão, arcando contra essas pústulas do bismarckismo na sua obra de prussianizar os Estados alemães, cuidou