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Página:A imprensa e o dever da verdade (1920).djvu/68

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etarias, palmilharam os corredores dos congressos, conheceram os corretores administrativos ou parlamentares, viram jogar o mistério dos bastidores nos negócios do poder, e se pronunciam como quem sondou as coisas na surgente de suas causas, no íntimo dos seus segredos, no mais certo das suas realidades.

Se, pois, é destas que nascem, e com elas que se autorizam essas queixas, essas acusações, esses libelos tremendos, em que, de longe a longe, irrompe contra nós a verdade nos círculos comerciais, financeiros ou monetários de um e outro continente, nada levam de novo à opinião estrangeira as revelações do nosso jornalismo, as indiscrições da nossa tribuna, as veemências de linguagem da nossa oposição contra os desmandos, atentados ou escândalos oficiais no Brasil.

Na ciência de tudo isso andam os estrangeiros que têm negócios conosco, mais correntes do que nós mesmos, quando bem informados. Do concurso desses averiguadores interessados na exata elucidação da verdade, resulta uma sindicância constante, uma inquirição espontânea, um rigoroso conhecimento das circunstâncias mais miúdas e dos mais secretos incidentes da nossa vida, até onde possam interessar o juízo dos outros povos sobre o caráter, a civilização e o governo do nosso.

As oposições brasileiras, portanto, não vendem, nem podem vender bulas falsas ao estrangeiro acerca do Brasil. Em mentindo, não iludirão a vigilância desse tribunal permanente. Em falando verdade, por muito acerba, cruel e desabrida que seja ela, na substância ou na expressão,