178 Eis o epitaphio expressivo, gravado em doze linhas de estylo lapidar na sepultura de Luisa pela mão do esposo: D. O. M. | Loisia Sigaa Foemina | Incomparabili | Cujus Pudicitia cum Eruditione | Linguarum | Qua in ea ad miraculum | Usque fuit Ex aquo certabat | Franciscus Cuevas Moerentiss. | Conjugi B. M. P. Vale Beata Animula. Conjugi | Dum vivet |Perpetua lachryma.
179 Varios estão colligidos. Outros continuam ineditos. Tenaionava publicar aqui a Elegia de Pedro Lainez, que principia:
Si de triste licor tan larga vena,
Musa llorosa mia, has derramado,
segundo os Mss. Paris. 598 f. 99 e 603, f. 135. Sabendo todavia á ultima hora que um douto hespanhol havia encommendado um treslado, afim de o publicar na Revue Hispanique VII, desisti do meu intento. Falta-me descobrir um soneto de uma dama italiana, mencionado por Faria e Sousa, sem informações que facilitem a procura.
180 O melhor de todos é o de Resende. Traduzido diz: Aqui jaz Sigea. Isto basta. Quem ignora o resto, necessitando explicações, é barbaro, avesso ás boas artes. Quanto ao logar onde jaz, mal se pode duvidar que seja Burgos. A lenda conta que Luisa desejou dormir em terra portuguesa e que a familia a tresladou para o Carmo de Torres Novas. Essa lenda nasceu a meu ver do facto que entre os descendentes de Angela houve outra Luisa Sigea, ahi enterrada no jazigo dos Mellos. — Cf. Carvalho, Corografia Portuguesa III 284 e 287.
181 Syntra Aloisia Sigaa Toletana aliaque eiusdem ac nonnullarum praeterea virorum ad eandem epigrammata quibus accessit Pauli III P. M. epistola de singularis eius doctrina ac ingenii præstantia. Tumulus eiusdem ab Andrea Resendio et Claudio Moncello concinnatus. — Parisiis M. DLVI. — Silvestre Ribeiro reimprimiu o poema. Suspeito que em 1546 a propria Luisa havia mandado compor alguns exemplares, perdidos hoje, para a Infanta, e os amigos e admiradores, visto que na carta a Paulo III, nomeando a sua composição, a caracteriza do modo seguinte: in gratiam Maria Portugallia Infantis Serenissima editam, cui nostras operas eo libentius locamus quod quemadmodum cum Caesare ac reliquis monarchis sanguinis splendorem sic cum Musis rationem studiorum habet coniunctissimam.
182 De Arcanis Amoris et Veneris Aloysia Sigaa Toletana Satyra Sotadica. O verdadeiro auctor é, na opinião geral, Nicolas Chorier; e não Meursio, ao qual em França quiseram impôr a responsabilidade do nefando crime.
183 Alvaro Gomez de Castro, fiel ao culto de amizade que lhe consagrou, foi guardando as cartas de Luisa, e alguns versos d'ella. — O seu espolio veio ter á Bibliotheca do Conde-Duque de Olivares, e posteriormente ao Convento del Angel, de carmelitas descalços de Sevilha. No catalogo respectivo, extractado por Gallardo no Ensayo, vol. IV sob N.° 4541, vejo registadas 1.°) Algumas cartas y poesias de Luisa Sigea de Velasco na Caixa D. N.° 11 f. 72 ss. (col. 1509); 2.° Quatro cartas mui doutas a um seu amigo (ib. col. 1494); 3.° Cartas d'ella a Alvar Gomes; Caja 1, N.° 10 da Miscellanea X das que juntara o sabio toledano. (ib. col. 1508). — Pacheco (f. 96), viu um maço de cartas suas em poder de um tartaraneto de Luisa, D. José Ronquillo, Visconde del Villar, gentil-homem da camara de D. Juan de Austria. — Nicolas Antonio (Bibl. Hisp. Nova II, p. 57 e 346) possuia copia, de letra de Pellicer; e tão curiosas as achou que resolvera publicá-las em Appendice á Bibliotheca — plano que não se realizou. Francisco Cerdá y Rico, que as teve entre mãos, prometteu supprir esse esquecimento; mas tambem não chegou a desempenhar-se da sua promessa. — Algumas, que pertencem ao Museu Britannico, serão publicadas em breve, juntamente com a Elegia a que já me referi, por Adolpho Bonilla y San Martin, na Revue Hispanique, segundo teve a bondade de informar-me o illustre director d'essa publicação, R. Foulché Delbosc.
184 O já citado Arcediano de Alcor, que viu o Dialogo autographo, exalta-o muito na sua Historia de Palencia. Silvestre Ribeiro attribue a Luisa ainda uma Arte Poetica. Mas erradamente. Poetica eius quædam de Nicolas Antonio significa alguns versos d'ella e refere-se aos papeis de Alvar Gomez, guardados na livraria olivarense.
185 As fontes para a Vida de Luisa Sigea são, além dos seus escritos, os apontamentos de Resende (1551 e 1561); os de Vaseu (1555), os de Alonso Garcia Matamoros, no escripto De Academiis et doctis viris Hispania (1558); Alonso Fernandez Madrid (1561); Nicot (1566); Nicolas Antonio. Os melhores estudos modernos são os seguintes: Allut, Aloysia Sigea et Nicolas Chorier, Lyon 1862, opusculo bastante raro, de tiragem restricta (112 ex.); J. Silvestre Ribeiro, Luiza Sigea, Breves apontamentos historico-litterarios, Lisboa 1880. — Como fiz com respeito a D. Maria, supprimi tambem a lista extensa das obras nacionaes e estrangeiras que encerram apontamentos derivados sobre Luisa.
186 Hispania Chronicon, em Schott, Hispania Illustrata 1 593. Fallando de Diogo Sigeo e de Luisa continua: sed alteram quoque filiam Angelam Graece Latineque pro ætate et sexu non
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