124 O Soneto (187) de Camões recommendava ao publico a Arte de escrever do illustre caligrapho (1572).
125 Estas tres obras, e mais um Dialogo da viciosa vergonha, foram impressas em 1539 e dedicadas pelo auctor das Decadas e do Clarimundo ao Principe D. Felipe de Portugal, que então era herdeiro da coroa. Mas o pequenino filho dos reis expirou, na tenra edade de seis annos, antes que sahissem dos prelos de Luis Rodrigues.
126 Esta obra foi impressa logo a seguir, nos ultimos dias do anno indicado e no immediato, pelo mesmo livreiro. Não é portanto impropria a hypothese que a principio esse Dialogo sobre moralidades fosse destinado igualmente ao fallecido.
P. S. — Cumpre registar aqui, em additamento à Nota precedente, um facto importante: Ha pouco que a Bibliotheca Nacional adquiriu uma Grammatica latina de João de Barros de que nunca ninguem tinha fallado, manuscripto em pergaminho com algumas illuminuras! Sei isso, mas só isso, por informação do Snr. Dr. Sousa Viterbo (por carta de 26 de Junho). Lamentando não a conhecer por ora de visu, prometto occupar-me d'ella na primeira occasião! Que surpresa agradavel, se ella incluisse uma Dedicatoria elucidativa!
127 Esse livrinho conserva-se na Bibliotheca Nacional de Madrid. Quanto ao auctor, apenas posso registar que no Catalogo, impresso no Ensaio de Gallardo (vol. I, Apendice p. 3 e 14), uma vez o chamam Martin Agreda de Perques, e outra vez Frei Juan Lopez de las Parras.
128 P. ex. por Th. Braga na Historia da Universidade, vol. I p. 287.
129 A respeito do Principe D. Felipe, mencionado nas Notas 125, 126 e 132, veja-se a Hist. Gen. vol. III p. 538. Como os mais filhos de D. João III, jaz em Belem.
130 Uma grammatica elementar em castelhano foi composta para o Principe por Juan Fernandez de Sevilha, e impressa em Coimbra no anno 1551.
131 Frei João Soares publicou uma Cartinha para ensinar a lér e escrever (1549 e 1554) como fazimento das Graças (1560). Mas anteriormente os seus manuscriptos poderiam ter servido na Casa real.
132 O proprio João de Barros não se enganava a este respeito. O dialogo linguistico entre Pae e Filho principia do modo seguinte: «Senhor, já sabe esta nova? — Qual? — Que o Principe Nosso Senhor começou ontem daprender a ler. — E quem o ensina? — O prégador del rey frey Joam Soares.. Que importa o meu trabalho, ao principe nosso senhor, pois tem preceitor de vida e leteras que lhe ordenará os principios, conformes à sua idade e magestade do seu sangue?
O biographo da Infanta, sabendo que esse prelado fôra mestre do Principe, assentou como muito provavel que tambem dirigisse os estudos superiores da Infanta, pelo menos em philosophia e theologia (Vida, II p. 90). Os posteros deram forma affirmativa á hypothese, por elle enunciada. A' vista dos assentos de João de Barros, ella parece-me fidedigna. Cf. Nobreza Litteraria p. 138 e 139.
133 Pacheco combate essa noticia, propagada por Garibay. Os argumentos que emprega são todavia inconsistentes. Diz que havendo na corte uma inestra como Luisa Sigea, os reis de Portugal a teriam, decerto, chamado para ensino das primeiras letras. Ao escrever isso, o douto varão esquecia que os Sigeos, vindos a Portugal em 1538, quando a Infanta contava 16 a 17 annos, já a encontraram adulta e bem ensinada. Se em logar de Luisa Sigea pusessemos o nome Joanna Vaz, a objecção seria mais justificada, como o leitor reconhecerá se tiver a paciencia de continuar com a leitura d'este opusculo.
134 Nobreza litteraria l. c.
135 Pelo que deixei apontado nas Notas 133, 149 e 157 fica provado quão inaceitavel é a affirmação de Diogo Sigeo ter sido o primeiro mestre de latim da Infanta.
136 O algarismo está fóra do seu logar. E' á linha 12.a da pag. 36 e não á 16.a que diz respeito esta nota. O discurso academico do qual extractei a passagem allegada, foi impresso em Julho de 1551: L. Andr. Resendii Oratio habita Conimbrica in Gymnasio Regio anniversario dedicationis eius die. Tem dedicatoria á Infanta: D. Emmanuelis P. Invicti filia D. Joannis III P. F. invicti Sorori Maria principi eruditissima, quasi igual á do Poema-Epistola, citado na Nota 59. Devo emendar aqui uma asserção inexacta, contida nessa Nota. Resende não teceu louvores a Angela Sigea. O unico entre os coevos que dedicou algumas palavras elogiosas á irman de Luisa, foi João Vaseu. — Uma emenda de redacção fez-me affirmar o que nunca pensei.
137 Fernão d'Oliveira, a quem os Portugueses devem a primeira grammatica em vernaculo (Cf. Nota 107b), havia ensinado antes de 1536 não só filhos-varões de alguns principaes da terra, mas tambem algumas damas. E como elle, houve indubitavelmente mais mestres, que seguindo o exemplo do Nebrissense, dos Giraldinos, de Marineo Siculo, longe de se negarem, se orgulhavam de ensinar fidalgas.
138 D. Leonor Coutinho, 4.a Condessa da Vidigueira e mãe do 1.o Marquês de Niza (1606), pertence à geração immediata. A Chronica do Imperador Beliandro e de D. Belindo (ou Belindor), ficou inedita, mas existe em varios treslados, em bibliothecas publicas e particulares.
139 D. Leonor de Noronha, filha do Marqués de Villareal, era, pelo contrario, da idade da86