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Página:A morgadinha dos canaviais.djvu/217

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De quando em quando passava um sorriso pelos labios de Augusto.

— Eu já conhecia isso. É o costume — disse elle no fim.

— Mas não lhe parece que de uma Fama como aquella, se devia esperar melhor do que isto?

— E então que quer que eu lhe faça?

— Outros versos para o logar d’estes.

— Outros!... Eu?... — perguntou Augusto.

— Por que não?

— Que lembrança!

— Não me venha negar que os faz.

— Versos?

— Sim.

— Quer dizer que os leio.

— E que os escreve. Vamos. Mas se insiste em recusar, diga-me então quem é que os escreveu na parede da capella da Senhora da Saude, para eu me dirigir a elle.

— Então houve quem escrevesse versos na parede da capella? — perguntou Augusto, sorrindo.

— Não que eu visse; mas já duas pessoas m’o affirmaram, e as suspeitas de ambas recaíram no mesmo homem.

— Quem foram essas pessoas?

— De uma o ouvi agora mesmo. Foi Ermelinda.

— Ah!

— A outra foi Lena.

— Le... A sr.a D. Magdalena?

— É verdade, minha irmã. E estranhou, com razão, que eu o não soubesse.

— E como o soube ella?

— Leu-os, e pela leitura conjecturou o auctor.

Augusto calou-se como absorvido por um pensamento, que todo o preoccupava.

Angelo continuou falando, sem que fôsse escutado; a final concluiu, dizendo:

— Então quer falar ao poeta da Ermida para que me dê o que lhe peço?