vir as eleições, deixe-as vir. Já ha de achar o caldo azedado, quando quizer comel-o; isso lhe prometto eu... A lição ha de leval-a breve.
— Vão guerrear a eleição do conselheiro?
— Faço essa tenção.
— E quem lhe oppõem?
— O candidato que a auctoridade propuzer; um individuo de Lisboa.
— Que nem o circulo conhece?
— Que importa? É uma lição. Aqui não ha politica nem meia politica. Eu não morro pelo governo, porque eu tambem fui offendido pelo ministro. Mas é preciso aproveitar tudo. E assim temos por nós a auctoridade, além dos padres.
Augusto não se sentia com disposições para discutir esta questão politica; por isso nada mais lhe replicou.
O Seabra proseguiu:
— O que eu quero saber é se o amigo quer entrar na nossa alliança e acceita uma proposta que eu lhe vou fazer. A vingança é o prazer dos deuses, e visto que foi tambem offendido...
— Não, senhor, não acceito — acudiu com vivacidade Augusto.
— Escute. Deixe-me concluir. Não sabe do que falo. Pouco se exige. A coisa é esta: na carta a que me referi, e que por acaso me chegou ás mãos, fala-se n’uma outra, ou em outras anteriores, em que se tratava, mais por miudo, de uma curiosa transacção politica que n’esta se revela claro. O conselheiro é pouco acautelado; haja vista ao extravio d’esta, e por isso...
Augusto olhava admirado para o brazileiro, como se não pudésse comprehender onde elle queria chegar.
O Seabra proseguiu:
— Ora, a mim lembrou-me... como o senhor vae muito pelo Mosteiro... sim, porque julgo que continúa a ensinar os pequenos, e, já se sabe... como