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Página:A morgadinha dos canaviais.djvu/531

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offereci; a lealdade obriga-o agora a seguir o caminho do Mosteiro.

Depois de alguns instantes de reflexão, Augusto respondeu outra vez com firmeza:

—­Tem razão, Magdalena. Terei coragem para cumprir o meu dever.

Escusado é dizer que o Herodes teve de partir só.

O bom homem ficou espantado ao encontrar em casa de Augusto tão inesperada companhia, mas não lhe foi difficil, depois do que viu e ouviu, conjecturar qual a natureza dos motivos que tinham feito mudar de resolução o seu companheiro de jornada.

Partiu, desejando todas as felicidades aos seus amigos.

Estes não conseguiram dissuadil-o de partir.

Não havia já estímulo para arrancar aquelle coração ao desalento.

Magdalena e Angelo voltaram ao Mosteiro.

O resto da noite de Augusto passou sob a influencia de tão violentas paixões, que desisto de descrevel-as.

 

XXXIII


Na manhã do dia seguinte estava toda a familia de Magdalena, na qual incluimos já D. Dorothéa e Henrique, reunida em uma das salas do Mosteiro.

As duas primas, Magdalena e Christina, trabalhavam em costura; Angelo e Henrique jogavam o xadrez; D. Dorothéa e D. Victoria conversavam a respeito do preço de umas meadas de linho, que está tinha dado a córar, e da pessima qualidade do fiado, effeito évidente, segundo D. Victoria, das criadas que tinha, que nem para fiar serviam. O conse-