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Página:A mortalha de Alzira (1924).djvu/178

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noite, fora de horas e por um temporal de morte.

— Malditos sejam! exclamou ela; que me obrigaram o pobre homem a cometer tamanha loucura! Agora, está aí! Vejam como ele volta! Que digam se eu tinha ou não tinha razão!

O médico tapou-lhe a boca com uma moeda de ouro, enquanto depunham o desfalecido no quarto, sobre o leito.

— Tome lá para o seu rapé... disse aquele, e não precisa afligir-se, tiazinha! O pároco não está abandonado, nem corre o menor perigo. Sou médico e não o deixarei enquanto ele precisar dos meus socorros. Apenas desejo que a senhora me ajude naquilo que for preciso. . .

— Estou às suas ordens, senhor doutor...

— Bom! Pois então, em primeiro lagar, nada de gritaria, que isso só serve para fazer mal; em segundo: vai a senhora contar-me minuciosamente como tem vivido aqui, até hoje, o nosso vigário, o que tem feito ele, e quais os incômodos que tem sofrido.

E Cobalt, enquanto ela dava conta da existência de Ângelo, escutava-a com os olhos fitos no chão, e só a interrompia para lhe pedir novos esclarecimentos sobre algum ponto que não ficara logo bem explicado.

Depois, tirou a sua carteira, tomou algumas notas a lápis, e em seguida foi assentar-se à cabeceira