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Página:A mortalha de Alzira (1924).djvu/192

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— Pior vai o negócio! . . . pensou a criada, e acrescentou em voz alta:— Como quer que lhe diga que não, sr. vigário?...

Ângelo voltou-se para o pequeno:

— E tu, perguntou-lhe, estás bem certo de que viste o enterro da. . .

— Da Condessa Alzira?. . . acabou Rabina Ora se estou! Pois se de lá venho!

— Eu cada vez entendo menos... resmungou Salomé.

E disse, de si para si:— Muito custa a mentir, mesmo por conta alheia!. . .

Depois, continuou em voz alta, falando ao cura, que parecia muito preocupado:— O verdadeiro, sr. vigário, é tomar a sua merenda, que está esfriando, e deixar-se de querer saber de cousas que se não explicam! . . . Boa noite! Vou acender o altar da Virgem. . . Agora, veja se se deixa ficar aí, a cismar, em vez de fazer a sua refeição. . .

E, dando uma palmada na cabeça de Rabina

— Anda tu também, daí, ó coisa-ruim!...

— Boa noite, senhor vigário!

Ângelo ao ficar só, cruzou as mãos sobre o ventre e fechou as sobrancelhas fixamente, no mais intenso ar de interrogação e de pasmo.

— Com que. . . pensou ele; sonhei que a vi morta, e ela com efeito morreria, justamente nessa ocasião. . . Logo, Deus não me abandonou de todo, e, ao contrário, protege-me, envolvendo-se neste