Os cavalos chamam-nos à montaria, escarvando a terra . . .
— Onde vamos nós?. . .
— A um lugar esplêndido. Sigamos!
Montaram e partiram desenfreadamente como na véspera, varando a alma trevosa da noite.
Galoparam! Galoparam!
No fim de algum tempo, Alzira chamou a si as rédeas do seu cavalo.
— É aqui, disse. Chegamos afinal!
Os dois apearam-se.
Achavam-se na estreita garganta de uma sombria serra, onde nenhum rumor de folhas se escutava.
— Andemos, disse ela.
Ângelo obedeceu.
E seguiram caminho avante, por entre um pedregal de serros e cabeços silenciosos, que se perdiam no céu, escondendo-lhe as estrelas.
O caminho fazia-se cada vez mais escuro, mais penhascoso e íngreme. Era já necessário aos dois ampararem-se um no outro, para que não rolassem juntos por aqueles precipícios.
Afinal, penetraram num vale, fechado entre rochas negras e gigantescas, em torno das quais giravam aflitivamente sinistras aves, que corvejavam e gemiam, como se a cada instante rasgassem o peito nas arestas da pedra.
Era um convulso redemoinhar sem tréguas, lembrando um irrequieto bando de gaivotas, a doudejarom