Ângelo, ao adormecer, viu-se logo à margem de uma formosa baía, cercada de misteriosos arvoredos, por entre os quais se destacavam ao luar os mármores de velhos palácios talhados em estilo veneziano.
Alzira veio buscá-lo numa gôndola cor de prata, guarnecida de brilhantes lanternas verdes. Ele embarcou e sentou-se ao lado dela.
A gôndola começou a deslizar indolentemente sobre as águas, onde o céu se espelhava todo azul, borrifado de estrelas, e onde as luzes dos barcos e das janelas ogivais vinham perder-se em trêmulos reflexos de mil cores.
A noite era serena e transparente. Alzira pousou a cabeça no ombro do seu amante, tomou um bandolim e começou a cantar:
As águas tem mil lampejos, Se a brisa cantando vai... Ó mar! bebei nossos beijos! Ó brisas! murmurejai!... Ai! ai!