e como o provaram com os fatos mais indecorosos as próprias delfinas de Luís XIV e Mme de Maintenon, e o chevalier de Vendôme, e o Sr. de Chambonas, e, mais que todos e que todas, a formosa duquesa de Chartres, que se recolheu ainda moça ao convento de Chelles, não para se penitenciar dos seus pecados contra a natureza, porém, sim, para poder, ali, naquele doce e obscuro viveiro de almas adolescentes, agravá-los mais à farta e mais à vontade.
Frei Ozéas tinha nessa época vinte e cinco anos.
Havia feito seus estudos e recebera as primeiras ordens no seminário de Borgonha, sua província natal; depois atirou-se para Paris, onde se ordenou, justamente no começo da regência do Duque de Orléans.
Dotado de temperamento bastante sensual para arrastá-lo, e sem força na sua fé para poder resistir à corrente de perdições desse tempo ele, se não foi tão ferozmente devasso como Dubois ou tão friamente libertino como Dorat, acompanhou todavia o exemplo dos seus confrades e com eles arrastou a batina pelos antros mais escorregadios do jogo, da embriaguez e da prostituição.
Chegou a fazer parte dessas ridículas e terríveis sociedades secretas, que infestavam o reinado de Luís XV, centros criados com o fim exclusivo de exercer o gozo, mas o gozo requintado,