com ele para Roma, depois para Jerusalém, com o fim de alargar-lhe quanto possível o cabedal das suas luzes; e, quando o rapaz estiver bem homem, bem forte, completamente desenvolvido, então o velho Ozéas o atirará sobre Paris, opondo o discípulo como um terrível protesto vivo contra a grande e desenfreada decadência moral dos nossos tempos. Conta que a luta se travará um dia afinal, tremenda e sem tréguas. De um lado, o invencível apóstolo, fechado na armadura da sua virtude e armado até aos dentes com a sua sabedoria divina; do outro lado, Paris, Paris friamente inabalável nos seus vícios e na sua libertinagem, Paris crápula, Paris abjeção, Paris lodo!
— Ah! essa luta há de ser fatal! disse Artur Bouvier no meio do silencio dos outros.
— Não! acrescentou o materialista, perdendo por um instante a sua fleuma natural e deixando escapar dos olhos uma estranha cintilação, que lhe transformou o ar bondoso da fisionomia. Não há de ser com súplicas e sermões que a França se resgatará, mas a metralha, a canhão e a ponta de baionetas!
— A sangue?! exclamou o conde.
— Sim, a sangue. . . confirmou o médico, sacudindo a cabeça.
E calaram-se.
O sorriso havia desaparecido de todos os