frios lábios sempre contraídos, parecia abstrato e afagava o queixo escanhoado, cheirando de vez em quando uma pitada. O sacristão, esse não ficava quieto um só instante, ia e vinha de carreira, furando por toda a parte, e procurando saber quem estava na igreja.
— Chih! exclamava ele esfregando as mãos defronte o padre Azarias. Que furor! Que furor! Não imaginam que de gente cada vez mais chega, para assistir à missa nova do discípulo de frei Ozéas! Já vi a Sr.a marquesa de Vandenesse e a sua encantadora irmã: a Sr.a De Conti, a Sr.a condessa de Laranguais, de quem dizem que o rei. . .
E interrompeu-se para declarar, dando um salto e apontando para uma das portas por onde se via quem chegava:
— Olhem! Olhem! ali vai o poeta Bouflers!. . . vai com o conde de Saint-Malo e com o cavalheiro Artur Bouvier. Agora entrou a Sra. marquesa de Tourneles!
— Ora! disse Azarias. Pois se até a rainha, que agora pouco sai à rua, aposto que há de vir!. . .
O sacristão, depois de novas carreiras e novo esfregar de mãos, veio segredar quase ao ouvido do padre:
— E veio também, reverendo, o que há de mais espaventoso entre o mulherio parisiense!. . .
— Ó maroto! resmungou o velho sacerdote.