podia haver sério rompimento.
O leão porém estava domado; tinha achado a sua Diana. No quinto dia foi humildemente render preito e homenagem à suserana de seu coração. Amélia o recebeu como rainha magnânima; e tratou-o nesse dia com amabilidade extrema. Pela primeira vez, Horácio pôde beijar-lhe a ponta dos dedos.
Animado com esse acolhimento, o leão arriscou de novo a grande questão. Fitando o olhar no rosto da moça e abaixando-o à orla do vestido, disse em tom suplicante:
— Me deixa ver?
— Não, respondeu a moça com vivacidade, e demudando-se:
— Quando cessará este capricho?
— Nunca.
Horácio teve um assomo de impaciência.
— Bem. Não me quer mostrar a mim, Horácio de Almeida; pois há de mostrá-lo a uma pessoa.
— A quem? perguntou a moça irritada.
— A seu marido.
Amélia tornou-se pálida, e sentiu passar-lhe nos olhos uma vertigem; mas recobrou-se logo à idéia