Página:A pata da Gazela.djvu/137

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negociantes, o Sr. Sales Pereira passava a manhã em seu escritório; partia logo depois do almoço e só voltava à hora do jantar A surpresa da moça era pois natural.

— Ah! papai! exclamara ela, voltando-se ao rumor da porta. Já veio do escritório?

— Ainda não fui, respondeu Sales Pereira sorrindo. Recebi uma carta, que me obrigou a demorar-me até agora para conversar com tua mãe e... contigo, a quem o objeto mais interessa.

— A mim? O que será, papai? Algum convite de baile?

— Lê, disse o negociante apresentando-lhe a carta.

Amélia correu os olhos pelo papel, e seu rosto cobriu-se de vivos rubores. O coração palpitava-lhe com tanta força que debuxava no linho o contorno dos lindos seios.

A carta era de Horácio, que pedia ao negociante a mão da filha.

Acabando de a ler, a moça de olhos baixos e o corpo trêmulo, parecia vendar-se com sua inocência para subtrair-se ao olhar terno e curioso de seu pai. Nesse momento ela desejava, se possível