A orquestra abriu o baile com uma brilhante sinfonia, depois da qual deram o sinal da primeira quadrilha. Rompeu-se então a simetria, e formou-se o turbilhão.
Durante a contradança, Horácio não se esqueceu do pezinho adorado; e procurou todos os meios de o descobrir nalgum momento de confusão ou descuido. Chegou até a fingir estouvamento em algumas das marcas com o fim de embaraçar o vestido da moça.
— Eu me sento! disse-lhe Amélia irritada.
— Bárbara, non hai cor! replicou-lhe Horácio com as palavras do romance.
— O seu coração está no botim? perguntou-lhe a moça com despeito. — O meu, a senhora bem o sabe, já não me pertence, pois lho dei há muito tempo; e ando-o agora procurando no chão, onde creio que o deixou esmagado um tirano que eu adoro e me repele. Mas conto com a senhora para movê-lo em meu favor. Sim?
— Não, respondeu a moça agastada.
— Realmente eu não compreendo. Será possível que a senhora tenha ciúmes dele? perguntou Horácio gracejando.