Aproveitando-se de um momento em que D. Leonor se afastou, Horácio atirou à moça rapidamente estas palavras:
— Pois se a senhora voltar à casa de D. Clementina, eu não voltarei mais aqui.
Amélia estremeceu.
Um quarto de hora depois, Horácio retirou-se. Quando se despedia das senhoras, disse o leão à moça apertando-lhe a mão:
— Desejo que se divirta muito amanhã.
— Aonde? perguntou D. Leonor.
— Em casa de D. Clementina. Não vai, D. Amélia?
A moça hesitou um instante. O ofego de seu colo traiu uma luta violenta, mas rápida.
Sua resolução, antes que ela a exprimisse, manifestou-se na altivez do porte, que uma vibração íntima erigira.
— Vou sem falta!
Horácio, soltando a mão da moça, que foi bater inerte nos folhos do vestido, cortejou profundamente:
— Seja muito feliz.
Apenas o leão desapareceu na porta, Amélia