Página:A pata da Gazela.djvu/243

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Terminada a cerimônia, e feitas as felicitações do costume, correram os minutos em agradável conversação.

Eram onze horas, quando Leopoldo entrou no toucador em que sua noiva o esperava. Sentada em uma conversadeira, Amélia sorriu para seu marido; porém através das largas dobras do roupão de cambraia, percebia-se o tremor involuntário que agitava seu lindo talhe.

— É meu presente! disse ela com timidez.

E apresentou ao noivo um objeto envolto em papel de seda, atado com fita azul.

Abrindo, achou Leopoldo dois mimosos pantufos de cetim branco, os mesmos que Amélia começara a bordar no dia seguinte ao baile.

O moço enleado, não compreendia. Insensivelmente seu olhar desceu à fímbria do roupão. Sobre a almofada de veludo e entre os folhos da cambraia, apareciam as unhas rosadas de dois pezinhos divinos.

Uma onda de rubor derramou-se pelo semblante da moça, cujos lábios balbuciaram uma palavra.

— Calce!

Leopoldo ajoelhou aos pés da noiva.