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Página:A primeira mulher de Camilo (1916).djvu/144

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A primeira mulher de Camilo
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não teve a coragem de espedaçar completamente, parece-nos tão diáfano como a gaze que no teatro deixa entrever uma scena longinqua.

O romancista confessou-se a si próprio e não perante o grande público. A razão deste seu procedimento já antecedentemente a deixamos assinalada. Mas palavras mesmas de Camilo, nas Memorias do carcere[1], confirmarão agora a razão da inviolabilidade que êle não quisera aluir pela base:

«Pejo ou orgulho, até dos meus amigos escondi sempre as lagrimas.»

E foi por isso que, sôbre as últimas páginas santificadas da novela, Camilo dirige a Tomás Ribeiro um post-scriptum cuja ironia final é o antifaz com que procura ocultar as lágrimas da sua emoção.

 
FIM
  1. Discurso Preliminar