sem dúvida dos pontapés que lhe disparavam o tabelião e seus escreventes, quando ela passava-lhes por baixo da mesa.
Mudaram essas disposições logo ao outro dia, pelo cuidado que teve o rapaz de levar no bolso do gibão uma broa seca de milho, a qual lhe servia não só para ir merendando enquanto copiava, mas também para familiarizar-se com a ninhada, espalhando as migas, que ela vinha comer a seus pés.
A cabo de uma semana estavam íntimos, a ponto que em toda confiança deixava a galinha ao Ivo apanhar-lhe algum dos pintainhos, e alisar-lhe a penugem dourada. Então levou o rapaz de casa certo papelinho, onde havia pintado um coração com asas que voava pelos ares, como se fora um pombinho, e que era de súbito trespassado por uma seta cruel.
Esse papelinho feito em rolo e atado com um fio de seda cor-de-rosa, guardara-o ó rapaz no peito da véstia com todo o resguardo porque nem o perdesse, nem o amarrotasse.
Na volta do meio-dia, vinda que foi a ninhada ao cheiro da broa, apanhou o Ivo um dos pintainhos, e pondo-lhe no pescoço à guisa de colar o papelinho enrolado, guardou-o na gaveta, tendo