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ondas em torno de abrolhos, e burburinhavam sôfregos de colher pormenores da grande nova.

Desafrontada do paço, que só muitos anos depois devia ser construído, a praça estendia-se até a Rua da Misericórdia, onde se erguera a nova Igreja de São josé3 cuja capela-mor, de recente fábrica, entrava pelo mar adentro.

Do lado oposto, desde o canto da Rua Direita alongava-se um renque de lojas e tercenas, esboço do opulento empório que derramando-se pela várzea, havia de cobrir antes de dois séculos a vasta marinha. No lugar onde mais tarde se edificaram as casas do Teles e o arco, famoso na crônica fluminense, via-se ainda a velha tenda do ferreiro, que dera nome ao lugar.

A face de terra era ocupada pela Capela de Nossa Senhora do Ó e pelos dormitórios dos Carmelitas cuja cerca terminava na Rua da Cadeia. Ainda não existia o templo que hoje serve de capela imperial, erguido um século mais tarde sobre as rumas daquele.

A face do mar descortinava o formoso panorama da baía. Junto à Ilha das Cobras balouçavam-se os galeões da frota próxima a partir para o reino.

Na praia, onde brincavam as ondas, ainda não rechaçadas