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— Eu sei!... Na dúvida não me fiava, acudiu a linda carioca.

— O pai que eu destino a essa criança sois vós, Duarte de Morais, e vossa mulher lhe servirá de mãe. Ela deve ignorar sempre que teve outros, e que fui eu quem lhos roubei. Aceitem pois esta menina, e com ela a fortuna que lhe pertencia. Tereis ânimo de recusar-me este serviço, de que preciso para repouso de minha vida?

— Disponde de nós, Aires, e desta casa.

A um apito de Aires, apareceu o velho Bruno, carregando nos braços como uma ama-seca, a filha do corsário. Era um lindo anjinho louro, de cabelos anelados como os velos do cordeiro, com os olhos azuis e tão grandes, que lhe enchiam o rosto mimoso.

— Oh! que serafim! exclamou Úrsula tomando a criança das mãos rudes e calosas do gajeiro, e cobrindo-a de carícias.

Nessa mesma noite o velho Bruno por ordem do capitão regalava a maruja na taberna do Simão Chanfana, ao Beco da Fidalga.

Aires aí apareceu um momento para trincar uma saúde com os rapazes.