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Dezesseis anos tinham decorrido.

Era sobre tarde.

Grande ajuntamento havia na esplanada do Largo de São Sebastião, ao alto do Castelo, para ver entrar a escuna Maria da Glória.

Os pescadores tinham anunciado a próxima chegada do navio, que bordejava fora da barra à espera de vento, e o povo concorria para saudar o valente corsário cujas surtidas ao mar eram sempre assinaladas por façanhas admiráveis.

Nunca ele tornava do cruzeiro sem trazer uma presa, quando não eram três, como nessa tarde em que estamos.

Tornara-se Aires com a experiência um consumado navegante, e o mais bravo e temível capitão de mar entre quantos sulcavam os dois