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disse Duarte, vosso primo Antônio de Caminha pediu vossa mão, e nós desejamos saber se é de vosso agrado casar-vos com ele.

— Já não sou deste mundo, para casar-me nele, respondeu a menina.

— Deixai-vos de ideias tristes. Haveis de recobrar a saúde; e com o casamento voltará a alegria que perdestes!

— Essa mais nunca!

— Enfim decidi de uma vez se quereis Antônio de Caminha por marido, pois melhor não creio que possais achar.

— É do agrado de todos, este casamento? perguntou Maria da Glória fitando os olhos em Aires de Lucena.

— De todos, começando por aquele que tem sido vosso protetor, e que tanto, se não mais do que vossos pais, tinha o direito de escolher-vos um esposo.

— Pois que foi escolhido por vós, Senhor Aires, aceito.

— O que eu ardentemente desejo, Maria da Glória, é que ele vos faça feliz.

Um triste sorriso desfolhou-se pelos lábios da menina.