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Página:Alfarrabios.djvu/372

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"Meu dito, meu feito. O moço foi, e deixou na pedra uma moeda de tostão. O pai, quem viu! Nem lhe quis tocar. Mas o menino bem se importa com doença! Tirante das almas d'outro mundo, não tinha medo de nada.
"A lembrou-me que a mãe precisava de uma vela de cera benta. A dela, de tanto acender quando nós andávamos no mar e ventava rijo, já estava num toco. Mal que o pai começou de passar pelo sono, fui eu devagarinho, e zás! apanhei o dinheiro; lavei bem lavado, e escondi no seio para que ninguém visse.
"No outro dia comprei a vela para a mãe. Foi preciso pregar uma mentira. Primeira e. derradeira. Era para não assustar a gente em casa. Deus deve me ter perdoado pelo motivo que foi."

O velho fez uma pausa.

— Chove a valer!... Mau tempo de garoupas!...

— Talvez estie ao amanhecer.

— Se o vento rondar..."Mas naquela noite, que eu dizia, quando o moço saiu, já o pai estava dormindo. Vou eu, dou-lhe. o peixe como da véspera, e ele deixou o dinheiro na pedra. A gente naquela