Saltar para o conteúdo

Página:Alguns homens do meu tempo.djvu/164

Wikisource, a biblioteca livre


Se não tens que esperar do ceu (tão puro,
Mas tão cruel!), e o coração maguado
Sentes já de illusões desenganado,
Das illusões do antigo amor perjuro:

Ergue-te então na magestade estoica
D'uma vontade solitaria e altiva,
N'um esforço supremo de alma heroica

Faze um templo dos muros da cadeia
Prendendo a immensidade eterna e viva
No circulo de luz da tua Idea!

Oh! como isto é mais bello do que a derrota confessada do pensador que se refugia no pessimismo, achando no pessimismo uma solução, quando elle não é mais que um estado transitorio da alma contemporanea, um dos symptomas mais caracteristicos da doença de vontade, de que mais ou menos hoje estamos―ainda mal!―todos contaminados!