soneto, que é como a suprema condemnação do seu funesto credo, que é como a lagrima que se desprende da pupilla cançada de contemplar inutilmente as profundezas insondaveis do eterno abysmo...
Empunhasse eu a espada dos valentes;
Impellisse-me a acção, embriagado,
Por esses campos onde a Morte e o Fado
Dão a lei aos reis tremulos e ás gentes!
Respirariam meus pulmões contentes
O ar de fogo do circo ensanguentado,
Ou caíra raivoso, amortalhado
Na fulva luz dos gladios reluzentes!
Já não viria dissipar-se a aurora
De meus inuteis annos, sem uma hora
Viver mais do que sonhos e a anciedade!
Já não veria em minhas mãos piedosas
Desfolhar-se uma a uma as tristes rosas
D'esta pallida e esteril mocidade!
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