Em varias conferencias feitas em Lisboa, em Coimbra e no Porto, Antonio Candido tem tocado em todos estes pontos delicados e melindrosos da consciencia moderna.
Em nenhuma, porem, os tocou mais magistralmente do que no discurso pronunciado em 12 de abril de 1888, no theatro de S. Carlos, e n'um saráu promovido pela imprensa lisbonense em favor das victimas do Porto.
Tenho ainda no ouvido, as palavras d'aquelle protesto heroico contra o pessimismo doutrina, d'aquelle hymno entoado ás Alegrias e ás Virtudes da vida, por esse melancolico, por esse vencido da felicidade, cuja voz musical parecia embebida em lagrimas, quando pintou as bellas e radiosas cousas que a Humanidade tem feito e que lhe conquistaram o direito indeclinavel de amar a existencia, que a par de tantas tristezas tem tantos risos, que a par de tanta covardia tem tão sublimes heroismos, que a par de tantas paixões cruas e de tão mortiferas