litteraria, presentemente rara em toda a parte, quanto mais entre nós.
Hoje o escriptor portuguez, para ser lido e conhecido, precisa de banalisar-se primeiro no jornalismo de todos os dias. O nosso publico tem apenas a paxorra necessaria para ler as gazetas. Uma élite ha, pouco numerosa ainda assim, que compra a ultima novidade parisiense na livraria da moda, mas isto de ter em cada dia uma ou mais horas destinadas a essa grande e purificadôra cultura do espirito, chamada a leitura, é cousa que realmente não conhecem as nossas mulheres e muito menos os nossos homens.
Os romancistas modernos, capitaneados por Flaubert e por Zola, professam o mais profundo e altivo desdem para com o publico feminino. Fazem mal, e por duas razões:
Primeiramente porque a imaginação e a sensibilidade da mulher são muitissimo mais promptas e accessiveis que as do homem para este genero de leitura, e depois porque