A moral preciza de tornar-se independente de qualquer religião, para ser, ao lado d'ella ou sem ella, o principio dominante a que sujeitamos todos os arrojos do nosso pensamento, todos os impetos desordenados da nossa paixão. Porque é fatal que o individuo tenha de sacrificar-se pela collectividade, e que a vontade de cada homem se subordine á utilidade e ao bem de todos.
A moral positiva, disem os seus adversarios, funda-se pura e exclusivamente no interesse. É triste eu bem sei, que é triste, esta conclusão humilhante a que temos de chegar; mas qual é a lei que se nos impôe e que nós acceitamos, que não tenha por fundamento mais ou menos disfarçado o nosso proprio interesse? A felicidade no ceu ou a felicidade na terra, eis os unicos motores que dirigem este hybrido ser, meio animal e meio anjo, que se chama homem.
N'este momento, pois, o ponto interessante e capital a discutir vem a ser este: Dos resultados já liquidados de todas as