que o genio não é mais que o maravilhoso poder da condensação concedido a um cerebro humano, a faculdade de synthetisar em si as impressões e as sensações de muitos, e de formular com eloquencia e verdade, para todos comprehensiveis, as paixões e os sentimentos da multidão anonyma,―comprehenderemos, ao penetrar na vida interior d'esses seres privilegiados, que nada do que os faz sentir, palpitar e soffrer, nos é extranho a nós.
Sentimos, talvez em gráu menos intenso, tudo que elles sentiram; o que nos falta é a palavra inspirada e verdadeira com que o possamos exprimir.
É sob este ponto de vista, particular, que as cartas de Georges Sand nos interessam tão vivamente.
Lacrimosas e repassadas de angustia, palpitantes de indignação e de revolta, resignadas e entristecidas depois, como que envoltas na pacificação melancolica do crepusculo da vida, e tendo a serena magestade