pela bondosa indulgencia que o homem lhe merece.
Longe de vêr n'elle o criminoso irremissivel dos tempos da sombria escholastica, a victima fatalmente condemnada pelo peccado original ás chammas do inferno, ou ás chammas da fogueira, o monstro que se havia de deixar mutilar ou se havia de deixar perder, para quem a natureza e as suas forças indomadas eram outras tentações demoniacas, e que só podia ter perdão sob a condição barbara de ser anti-humano,―o nosso seculo, conhecedor de todos os segredos defezos aos seculos que o antecederam, só vê no homem o criminoso, quando lhe é de todo impossivel vêr n'elle o doente ou o vencido pela fatalidade das cousas.
Os seus grandes pensadores, herdeiros n'este ponto, de antepassados gloriosos que foram como que os prophetas da nova era, e que se chamaram Voltaire e Diderot, ensinam-lhe a não condemnar o reu, sem primeiramente