zendo: — Você anda à procura de ovos, bem sei, e sendo assim que me importa que não seja serpente e sim menina?
— Não importa a você, mas importa muito a mim, apressou-se Alice a retrucar. Não estou à procura de ovos; e, se estivesse, não estaria à procura de ovos de pomba, que não valem nada. Além disso, só como ovos fritos, nunca os como crus.
— Então, suma-se daqui! gritou a irada pomba, indo acomodar-se novamente no seu ninho.
Alice obedeceu. Agachou-se por entre os galhos das árvores e foi dando jeito de afastar-se dali. Às vêzes o seu pescoço enganchava num cipó e tinha ela de parar para desembaraçá-lo. Súbito, lembrou-se que ainda conservava nas mãos os pedaços do cogumelo. Pôs-se a comê-los. E tanto lidou que conseguiu finalmente voltar ao seu tamanho natural.
Tanto tempo levara aquilo, de aumentar e diminuir, que chegou a estranhar a volta ao natural. Mas acostumou-se em poucos minutos.
“Arre!” monologou. Conseguiu finalmente realizar metade dos meus planos. Estou atordoada de tantas mudanças, mas voltei ao que sempre fui. Essa parte está conseguida. Resta agora o jardim. Tenho de descobrir meio de entrar naquele jardim.
Foi andando ao acaso, até que se achou num sítio onde havia uma casinha de um metro e meio de altura. Quis entrar. Como não coubesse, comeu uma isca do pedaço de cogumelo que diminuía. Conseguiu assim reduzir-se a trinta centímetros e entrou pela casinha a dentro.